Para a costureira Otacília Gomes de Oliveira, de 102 anos, casada há 82 com o lavrador aposentado José Francisco dos Santos, de 106, "todo dia é Dia dos Namorados". Por isso, ela não programa nenhuma comemoração especial neste dia 12. Diz apenas que espera passar mais uma data especial ao lado "do amor de sua vida" e a família, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Otacília afirma com convicção que José Francisco nasceu para ser seu companheiro. “Eu vi ele com a roupa que depois usou no dia em que me conheceu pessoalmente”, conta. Na vida real, o encontro ocorrido no interior de Alagoas há mais de 83 anos foi tão marcante que desde então ela não desgruda do amado.
Otacília e José Francisco dos Santos namoraram apenas por quatro meses. “O namoro naquela época era bem diferente. Era um sentado aqui e o outro, ali”, lembra a costureira, indicando com o dedo uma distância considerável. Em fevereiro de 1929, os dois receberam a bênção de um padre em uma igreja onde atualmente fica a pequena cidade de Poço das Trincheiras (AL) e foram morar juntos.
Meses após o matrimônio, o casal teve um filho – o primeiro de 15. “Ele está com 82 anos hoje. Meu filho já é bisavô”, diz, orgulhosa. A filha caçula tem 60 anos e é um dos seis filhos que estão vivos.
Em uma época em que as mulheres costumavam trabalhar apenas em casa, cuidando dos filhos, Otacília foi precursora ao ajudar na renda familiar com serviços de costureira e parteira. “Foram 20 anos fazendo partos. Já perdi a conta de quantas pessoas eu trouxe para esse mundo.”
Por sua vez, José Francisco, mais reservado que a mulher, sempre trabalhou na lavoura. Cansado das condições de vida em sua terra natal, em 1950 ele decidiu mudar com filhos e mulher para Lucélia, cidade paulista a 573 km da capital. A família melhorou de vida e foi morar 11 anos depois em uma casa na Vila Sabrina, na Zona Norte de São Paulo. Atualmente, eles moram em Guarulhos, na Grande São Paulo. “Cheguei em 1976. Aqui, onde a gente vive, era só mato. Mas já diziam que a região ia melhorar, que ia crescer bastante, e foi o que aconteceu”, diz.
O amor duradouro e a saúde física e mental se devem, na opinião de José Francisco, a bons hábitos e ao respeito mútuo. “Nunca fumamos nem bebemos. E a gente nunca teve ciúmes um do outro.” Segundo o eletricista Antônio José dos Santos, de 61 anos, o filho mais novo entre os homens, os pais colhem o amor e o carinho deram durante a vida. “Acho que o que ajuda os dois a estarem tão bem é o amor dos filhos, o carinho que damos a eles”, diz. Segundo ele, o namoro ainda é "à moda antiga". "Os dois ficam sentadinhos, um do lado do outro."
A dona de casa Mayte de Curtis Goulart, de 27 anos, diz que um não vive mais sem o outro. “Em uma época em que todos se separam por qualquer coisa, eles são um exemplo”, afirma a jovem, que é mulher de um dos bisnetos do casal e mãe de seu mais novo tataraneto, Pedro, de 2 anos.
Rotina
A rotina de Otacília e José Francisco é simples: eles costumam acordar por volta das 9h e, em seguida, tomar um café da manhã leve. Durante o dia, bebem bastante água e tomam diversos copos de café preto. À tarde, ouvem discos em uma velha vitrola – os preferidos são os forrós de Luiz Gonzaga – e veem televisão. Isso quando não recebem conhecidos e parentes que vão lá à procura da bênção de Otacília. “Em minha casa, graças a meu bom Deus, nunca entrou gente ruim”, diz a mulher, que é benzedeira desde pequena.
Ao receber as visitas, eles passam horas conversando sobre assuntos diversos, desde atualidades até os velhos tempos. “Não tem memória melhor do que a minha, meu filho”, acrescenta a idosa. No início da noite, fazem uma refeição reforçada e vão se deitar por volta das 22h.
Ambos são católicos fervorosos e nunca deixam de rezar por pelo menos uma hora diariamente. Nas orações, agradecem a Deus pela saúde que têm e pedem proteção a cada um de seus amigos e parentes, que são muitos. Além dos seis filhos vivos, o casal tem 53 netos, bisnetos e tataranetos.
A costura ocupava boa parte do tempo da idosa até 2010. A atividade, porém, foi interrompida temporariamente por conta de um tombo. Há cerca de um ano, ela quebrou o fêmur ao tentar arrumar a cortina da casa.
Como os pedais das máquinas podem causar novas lesões à perna machucada de Otacília, seus filhos pediram para a mãe não trabalhar por um tempo. Mas nada disseram sobre caminhar. Meses após o tombo, ela já subia e descia escadas e andava pela casa. Para quem, segundo os médicos, nunca mais andaria sem bengala, os pequenos passeios são uma vitória.
Para o futuro, José Francisco e Otacília pretendem continuar recebendo visitas e fazendo novos amigos, com muito amor. “Sempre há espaço para mais alguém nas minhas orações”, brinca o aposentado.
Otacília afirma com convicção que José Francisco nasceu para ser seu companheiro. “Eu vi ele com a roupa que depois usou no dia em que me conheceu pessoalmente”, conta. Na vida real, o encontro ocorrido no interior de Alagoas há mais de 83 anos foi tão marcante que desde então ela não desgruda do amado.
Otacília e José Francisco dos Santos namoraram apenas por quatro meses. “O namoro naquela época era bem diferente. Era um sentado aqui e o outro, ali”, lembra a costureira, indicando com o dedo uma distância considerável. Em fevereiro de 1929, os dois receberam a bênção de um padre em uma igreja onde atualmente fica a pequena cidade de Poço das Trincheiras (AL) e foram morar juntos.
Meses após o matrimônio, o casal teve um filho – o primeiro de 15. “Ele está com 82 anos hoje. Meu filho já é bisavô”, diz, orgulhosa. A filha caçula tem 60 anos e é um dos seis filhos que estão vivos.
Em uma época em que as mulheres costumavam trabalhar apenas em casa, cuidando dos filhos, Otacília foi precursora ao ajudar na renda familiar com serviços de costureira e parteira. “Foram 20 anos fazendo partos. Já perdi a conta de quantas pessoas eu trouxe para esse mundo.”
Por sua vez, José Francisco, mais reservado que a mulher, sempre trabalhou na lavoura. Cansado das condições de vida em sua terra natal, em 1950 ele decidiu mudar com filhos e mulher para Lucélia, cidade paulista a 573 km da capital. A família melhorou de vida e foi morar 11 anos depois em uma casa na Vila Sabrina, na Zona Norte de São Paulo. Atualmente, eles moram em Guarulhos, na Grande São Paulo. “Cheguei em 1976. Aqui, onde a gente vive, era só mato. Mas já diziam que a região ia melhorar, que ia crescer bastante, e foi o que aconteceu”, diz.
O amor duradouro e a saúde física e mental se devem, na opinião de José Francisco, a bons hábitos e ao respeito mútuo. “Nunca fumamos nem bebemos. E a gente nunca teve ciúmes um do outro.” Segundo o eletricista Antônio José dos Santos, de 61 anos, o filho mais novo entre os homens, os pais colhem o amor e o carinho deram durante a vida. “Acho que o que ajuda os dois a estarem tão bem é o amor dos filhos, o carinho que damos a eles”, diz. Segundo ele, o namoro ainda é "à moda antiga". "Os dois ficam sentadinhos, um do lado do outro."
A dona de casa Mayte de Curtis Goulart, de 27 anos, diz que um não vive mais sem o outro. “Em uma época em que todos se separam por qualquer coisa, eles são um exemplo”, afirma a jovem, que é mulher de um dos bisnetos do casal e mãe de seu mais novo tataraneto, Pedro, de 2 anos.
Rotina
A rotina de Otacília e José Francisco é simples: eles costumam acordar por volta das 9h e, em seguida, tomar um café da manhã leve. Durante o dia, bebem bastante água e tomam diversos copos de café preto. À tarde, ouvem discos em uma velha vitrola – os preferidos são os forrós de Luiz Gonzaga – e veem televisão. Isso quando não recebem conhecidos e parentes que vão lá à procura da bênção de Otacília. “Em minha casa, graças a meu bom Deus, nunca entrou gente ruim”, diz a mulher, que é benzedeira desde pequena.
Ao receber as visitas, eles passam horas conversando sobre assuntos diversos, desde atualidades até os velhos tempos. “Não tem memória melhor do que a minha, meu filho”, acrescenta a idosa. No início da noite, fazem uma refeição reforçada e vão se deitar por volta das 22h.
Ambos são católicos fervorosos e nunca deixam de rezar por pelo menos uma hora diariamente. Nas orações, agradecem a Deus pela saúde que têm e pedem proteção a cada um de seus amigos e parentes, que são muitos. Além dos seis filhos vivos, o casal tem 53 netos, bisnetos e tataranetos.
A costura ocupava boa parte do tempo da idosa até 2010. A atividade, porém, foi interrompida temporariamente por conta de um tombo. Há cerca de um ano, ela quebrou o fêmur ao tentar arrumar a cortina da casa.
Como os pedais das máquinas podem causar novas lesões à perna machucada de Otacília, seus filhos pediram para a mãe não trabalhar por um tempo. Mas nada disseram sobre caminhar. Meses após o tombo, ela já subia e descia escadas e andava pela casa. Para quem, segundo os médicos, nunca mais andaria sem bengala, os pequenos passeios são uma vitória.
Para o futuro, José Francisco e Otacília pretendem continuar recebendo visitas e fazendo novos amigos, com muito amor. “Sempre há espaço para mais alguém nas minhas orações”, brinca o aposentado.
G1