22 de mar. de 2014

Violência no Rio: Rio teve 14 PMs assassinados em 2014; seis morreram em confronto


Pelo menos 14 policiais militares já foram assassinados em 2014, segundo levantamento feito pela corporação com base nos registros de PMs mortos entre 1º de janeiro e 18 de março deste ano. De acordo com o balanço parcial, seis policiais foram mortos em confrontos e oito por causa da atividade policial --eles foram reconhecidos por criminosos ou reagiram a assaltos, por exemplo.
O número já está perto de igualar o total de assassinatos de policiais militares em de 2013. Durante todo o ano, foram 15 PMs mortos –11 em confronto e quatro em circunstâncias diversas.
Na quinta-feira (20), o comandante da UPP Manguinhos, na zona norte, o capitão Gabriel de Toledo, comandante da UPP, foi baleado na coxa direitaEle não corre risco de morte, mas, ainda de acordo com o levantamento da PM, pelo menos quatro policiais lotados em UPP foram mortos neste ano.
O número divulgado pela PM, no entanto, diverge do balanço anual do ISP (Instituto de Segurança Pública), órgão da Secretaria de Segurança Pública que divulga dados oficiais da violência no Estado): de acordo com o instituto, foram 16 PMs mortos apenas em confronto armado no ano passado. Não há ainda dados sobre os primeiros meses de 2014.
Tanto a PM quanto o ISP foram confrontados com os dados, mas não souberam explicar a origem da divergência nos números.

Pelo menos três sedes de UPPs foram atacadas na quinta. Em Manguinhos, um soldado também foi ferido por uma pedrada. Criminosos atacaram dois carros da PM e o contêiner onde funcionava a UPP, ateando fogo a eles. O incêndio atingiu a rede elétrica e deixou sem aulas e sem eletricidade parte do conjunto de favelas, composto por 13 comunidades.
A UPP Camarista-Méier, situada no complexo de favelas de Lins de Vasconcelos, foi atingida a tiros por bandidos, mas ninguém foi atingido. Na UPP do Alemão, policiais foram surpreendidos por bandidos e houve tiroteio. Dois suspeitos foram baleados.
A escalada dos ataques às favelas com UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no Rio nos últimos dias chegou a tal ponto que o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), viajou a Brasília na sexta-feira (21) para pedir o envio de tropas federais ao Estado. Para ele, há uma ação coordenada das organizações criminosas, em uma tentativa de desmoralizar o governo.
"Desde janeiro, esses ataques passam a ser mais intensos e, de fato, a coordenação e a determinação foram detectadas e [uma] ação orquestrada se viu ontem no Rio de Janeiro de maneira clara e contundente", afirmou o governador após o encontro, no qual Dilma colocou à disposição do Rio homens da Força Nacional e das Forças Armadas.
Os detalhes do auxílio federal, no entanto, deverão ser definidos somente na próxima segunda-feira (24), quando Cabral receberá no Rio o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general De Nardi.

Autos de resistência


Apesar do aumento visível de mortes de policiais militares, ainda é gritante a diferença se comparados os números com o de mortos em confronto com a PM (chamados tecnicamente de autos de resistência) --em 2013, foram 416 no Estado. Houve uma diminuição pouco significativa para dados estatísticos com relação a 2012: três mortes a menos.

UOL