20 de abr. de 2013

PICUÍ (PB): Juiz denuncia que teve assinatura falsificada dentro de fórum da Paraíba

Denúncia foi feita na Delegacia de Picuí

O juiz de direito da comarca da cidade de Picuí, no Curimataú paraibano, Mário Lúcio, prestou queixa na delegacia regional da Polícia Civil, nesta sexta-feira (19), comunicando que sua assinatura foi falsificada em oito processos judiciais. O crime teria ocorrido dentro do fórum da cidade.

De acordo com o delegado regional João Joaldo, o magistrado constatou a fraude nas assinaturas concernentes a processos envolvendo empréstimos consignados. “O juiz trouxe cópias originais de oito processos e dá pra constatar uma falsificação grosseira nas assinaturas”, afirmou.

O delegado revelou que os documentos serão submetidos a exames grafotécnicos no Instituto de Polícia Científica (IPC) de Campina Grande, na próxima segunda-feira (22). “Os documentos serão periciados para constatar cientificamente se houve a fraude. Vou designar um delegado especial que vai investigar para saber quem foi o responsável pelas falsificações. Um inquérito policial será instaurado”.

No final de março deste ano, o Jornal Valor Econômico de São Paulo denunciou que a Paraíba estava entre os sete estados envolvidos numa verdadeira indústria de liminares possibilitando calotes em bancos que oferecem crédito consignado ao setor público, a exemplo da Marinha, Aeronáutica, INSS, governos estaduais e prefeituras municipais.

De acordo com a publicação, na Paraíba, as cidades de Picuí e Barra de Santa de Rosa seriam o epicentro da fraude. À época, Mário Lúcio era o juiz responsável pelas duas cidades. Picuí recebeu mais de 5 mil ações revisionais de empréstimo consignado nos últimos dois anos.

Em entrevista a imprensa paulista, o juiz Mário Araújo confirma que concedeu “diversas liminares” para suspender o pagamento de parcelas do consignado, mas fala que derrubou as decisões ao verificar que os fatos “não correspondiam” ao que era sustentado no processo. O magistrado revelou que “não tem conhecimento de fraude”, mas que “pode até ter sido enganado por advogados”.


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