14 de set. de 2011

Azar de Cássio e sorte de Veneziano


Azar de Cássio que foi julgado por um TRE que entendia o Direito de forma diferente. Tivesse ele enfrentado o TRE de agora, com certeza não teria perdido o mandato de governador e não estaria, ainda hoje, penando para assumir uma cadeira no Senado da República.
Azar de Cássio e sorte de Veneziano. Imagine o leitor se Veneziano tivesse enfrentado aquele TRE que cassou Cássio. Teria perdido o mandato como Cássio perdeu. Pelo menos é assim que diz a lógica, já que os supostos crimes cometidos, por um e pelo outro, são iguais, irmãos gêmeos.
Cassaram Cássio por causa de cheques da FAC. Vené foi cassado em primeira instância por causa do cheque da Maranata. Mas com Cássio o Tribunal foi ainda mais impiedoso, porque o cassou de novo pelo uso do jornal A União, o maior jornal do país, capaz de eleger e derrotar governos, reinados e principados.
A tese esposada por um dos magistrados no julgamento desta terça foi a de que os 50 mil reais generosamente doados pela Maranata a Vené não tiveram a potencialidade necessária à mudança do resultado da eleição. Ora, como sabemos, o Jornal A União também não tinha essa potencialidade. Embora bem feito, sempre foi um jornal para ser lido na repartição pública. O desinteresse por ele é tanto que é distribuído de graça para não boiar. Pois não é que o Tribunal daquele tempo achou que o jornal do Governo potencializou a vitória de Cássio!
Por isso eu repito: azar de Cássio que pegou um Tribunal talibã. Era para ter sido julgado agora, à luz da democracia, do direito a ampla defesa, às provas dos autos, sem paixão, sem o desejo manifesto de agradar ala A ou ala B.
Que aprenda a lição. E se tiver dificuldades para aprende-la, peça orientação ao seu dileto conterrâneo.
Blog do Tião Lucena