Um dos principais ídolos do futebol brasileiro, ex-jogador morreu na madrugada de domingo, em São Paulo, aos 57 anos
Sócrates foi um jogador raro não apenas por seu talento, mas também pelo seu espírito notoriamente contestador num meio, o futebol, marcado por extremo conservadorismo e subserviência dos jogadores em relação a ações questionáveis da cartolagem que tomou conta do esporte nas últimas décadas.
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Rebelde por natureza e politicamente alinhado à esquerda, Sócrates sempre expôs seu ponto de vista sobre questões polêmicas do futebol, do Corinthians, clube com o qual é identificado, e, claro, do Brasil. Veja abaixo algumas das principais declarações do ídolo:
“Não tenho nenhuma mágoa do presidente Matheus, nem mesmo desse pequeno grupo que atritou comigo no Pacaembu. Tudo isso foi ultrapassado. É uma reação natural da torcida, e o presidente tinha o direito de não revisar o meu contrato”
Em janeiro de 1980, sobre a crítica de torcedores e possível saída do Corinthians
Em janeiro de 1980, sobre a crítica de torcedores e possível saída do Corinthians
“O tigrão virou cachorra, tchutchuca. O Brasil deixou a cobertura e está quase na porta do zelador”
Ao criticar o técnico Emerson Leão e os maus resultados da seleção brasileira em 2001, à rádio Jovem Pan
Ao criticar o técnico Emerson Leão e os maus resultados da seleção brasileira em 2001, à rádio Jovem Pan
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“Não conheço detalhes administrativos da gestão dele, mas aparentemente ele jogou dinheiro fora. Em relação a tudo, mas principalmente com jogadores. Os títulos que conquistou não foram importantes. E o Ronaldo no Corinthians foi bom para o próprio Ronaldo. Para o clube não valeu de nada”
Crítica a Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, e Ronaldo
Crítica a Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, e Ronaldo
“Eu queria que meu filho nascesse lá, eu queria ser um cubano. Nós estivemos lá agora, nós fomos passear! Peguei minha mulher e fui lá, passear, curtir lampejos de humanidade. Um povo como aquele, numa ilhota, que há mais de 60 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte. Ditadura não é tempo de serviço, necessariamente é qualidade de serviço. Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar”
Sobre Cuba e Fidel castro, em 2011, à "Folha de S. Paulo"
Sobre Cuba e Fidel castro, em 2011, à "Folha de S. Paulo"
“O mundo reagiu à mudança do país. É muito melhor ouvir quem está de fora falar o que é o Brasil hoje. E temos uma chance única nos próximos seis ou sete anos de mostrar para o mundo todo quem é o brasileiro. Para o mundo descobrir o Brasil. Não serão “Cabrais”, mas vão descobrir o melhor do Brasil, que é o brasileiro”
Sobre o Governo de seu amigo Lula, em dezembro de 2009
Sobre o Governo de seu amigo Lula, em dezembro de 2009
“Deus não tem idade. O Corinthians é muito maior que a idade que possa ter; é um símbolo, uma essência, um sentimento. É claro que o centenário tem um valor simbólico e as pessoas se reúnem em torno desse símbolo. Mas isso é secundário à importância que tem alguma coisa capaz de agregar tanta gente de origens absolutamente distintas”
Sobre o centenário do Corinthians, à Carta Capital, em setembro de 2010
Sobre o centenário do Corinthians, à Carta Capital, em setembro de 2010
“Sempre lutei pelo voto direto e continuo a acreditar ser esse o melhor meio de avaliação democrática. Com ele respeita-se a alternância de poder, tão necessária, principalmente naqueles tempos de ditadura militar”
Sobre democracia e o voto direto, à "Carta Capital", em 2010
Sobre democracia e o voto direto, à "Carta Capital", em 2010
“Antes, falavam que as meninas cozinhavam como as mães; agora, que bebem como os pais”
Sobre álcool na sociedade, ao iG, agosto de 2011
Sobre álcool na sociedade, ao iG, agosto de 2011
“A gestão da Copa do Mundo está nas mãos de quem não tem muita compromisso com a nação”
Sobre o Mundial no Brasil, em junho de 2010, ao Estadão
Sobre o Mundial no Brasil, em junho de 2010, ao Estadão