4 de dez. de 2011

Contestação foi marca registrada de Sócrates. Leia frases do ídolo


Um dos principais ídolos do futebol brasileiro, ex-jogador morreu na madrugada de domingo, em São Paulo, aos 57 anos

Foto: AEAmpliar
Em campanha pelas Diretas Já, em 1984: Sócrates queria o mesmo para a CBF
Sócrates foi um jogador raro não apenas por seu talento, mas também pelo seu espírito notoriamente contestador num meio, o futebol, marcado por extremo conservadorismo e subserviência dos jogadores em relação a ações questionáveis da cartolagem que tomou conta do esporte nas últimas décadas.
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Rebelde por natureza e politicamente alinhado à esquerda, Sócrates sempre expôs seu ponto de vista sobre questões polêmicas do futebol, do Corinthians, clube com o qual é identificado, e, claro, do Brasil. Veja abaixo algumas das principais declarações do ídolo:
“Não tenho nenhuma mágoa do presidente Matheus, nem mesmo desse pequeno grupo que atritou comigo no Pacaembu. Tudo isso foi ultrapassado. É uma reação natural da torcida, e o presidente tinha o direito de não revisar o meu contrato”
Em janeiro de 1980, sobre a crítica de torcedores e possível saída do Corinthians
“O tigrão virou cachorra, tchutchuca. O Brasil deixou a cobertura e está quase na porta do zelador”
Ao criticar o técnico Emerson Leão e os maus resultados da seleção brasileira em 2001, à rádio Jovem Pan
“Não conheço detalhes administrativos da gestão dele, mas aparentemente ele jogou dinheiro fora. Em relação a tudo, mas principalmente com jogadores. Os títulos que conquistou não foram importantes. E o Ronaldo no Corinthians foi bom para o próprio Ronaldo. Para o clube não valeu de nada”
Crítica a Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, e Ronaldo
“Eu queria que meu filho nascesse lá, eu queria ser um cubano. Nós estivemos lá agora, nós fomos passear! Peguei minha mulher e fui lá, passear, curtir lampejos de humanidade. Um povo como aquele, numa ilhota, que há mais de 60 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte. Ditadura não é tempo de serviço, necessariamente é qualidade de serviço. Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar”
Sobre Cuba e Fidel castro, em 2011, à "Folha de S. Paulo"
“O mundo reagiu à mudança do país. É muito melhor ouvir quem está de fora falar o que é o Brasil hoje. E temos uma chance única nos próximos seis ou sete anos de mostrar para o mundo todo quem é o brasileiro. Para o mundo descobrir o Brasil. Não serão “Cabrais”, mas vão descobrir o melhor do Brasil, que é o brasileiro”
Sobre o Governo de seu amigo Lula, em dezembro de 2009
“Deus não tem idade. O Corinthians é muito maior que a idade que possa ter; é um símbolo, uma essência, um sentimento. É claro que o centenário tem um valor simbólico e as pessoas se reúnem em torno desse símbolo. Mas isso é secundário à importância que tem alguma coisa capaz de agregar tanta gente de origens absolutamente distintas”
Sobre o centenário do Corinthians, à Carta Capital, em setembro de 2010
“Sempre lutei pelo voto direto e continuo a acreditar ser esse o melhor meio de avaliação democrática. Com ele respeita-se a alternância de poder, tão necessária, principalmente naqueles tempos de ditadura militar”
Sobre democracia e o voto direto, à "Carta Capital", em 2010
“Antes, falavam que as meninas cozinhavam como as mães; agora, que bebem como os pais”
Sobre álcool na sociedade, ao iG, agosto de 2011
“A gestão da Copa do Mundo está nas mãos de quem não tem muita compromisso com a nação”
Sobre o Mundial no Brasil, em junho de 2010, ao Estadão