12 de dez. de 2011

A dois dias da estréia, Santos enfrenta crise interna no Japão


A dois dias da estreia do time no Mundial de Clubes da Fifa, período no qual o grupo do Santos deveria estar concentrado exclusivamente na disputa da principal competição da temporada, diretoria e comissão técnica precisam se movimentar para abafar focos de crise interna. Os protagonistas do problema são o meia Ganso, que criou desconforto ao anunciar que vendeu 10% de seus direitos ao Grupo DIS, desafeto da presidência, e o lateral-esquerdo Léo, descontente após perder lugar no time titular para Durval, que é zagueiro.
No caso de Ganso, coube ao vice-presidente, Odílio Rodrigues, falar em nome da diretoria. E o cartola não escondeu o descontentamento da direção com o comportamento do jogador. "Ficamos surpreendidos sob todos os aspectos. Primeiro com o vazamento da informação, e depois com a entrevista do Ganso", afirmou.
Os desabafos do meia têm o dom de irritar os dirigentes. Foi assim no começo do ano, quando Ganso reclamou de o clube ter abandonado a negociação de seu novo contrato por ele estar machucado. E foi de novo agora, em Nagoya. "Consideramos que o momento é inadequado para o assunto ser exposto. O Santos só vai dar a sua versão depois do Mundial, porque o foco tem de ser exclusivamente na competição." Essa declaração é um claro puxão de orelhas no meia.
A nova divergência entre Ganso e o Santos pode acelerar sua saída. Se chegar uma boa proposta em janeiro, é possível que ele vá. O meia deixou isso nas entrelinhas ao dizer que depois do Mundial vai conversar com os dirigentes sobre seu futuro.
Rebelde. Enquanto a diretoria tenta contornar o mal-estar provocado por Ganso, o técnico Muricy Ramalho se antecipou ao problema ao detectar o descontentamento do lateral-esquerdo Léo. "Não aceito jogador que faz biquinho quando sai do time. Se o Léo está rebelde mesmo, ótimo. Mas se for reclamar pela imprensa vai ficar complicado, porque jogador que faz isso perde a chance de ganhar a posição nos times que dirijo", disparou.
Léo ainda não explodiu, mas com uma frase aqui e outra ali em contatos informais com jornalistas vem deixando claro que não está contente. Mas Muricy não cede. "O Léo caiu de rendimento, algo que pode acontecer com todo jogador. Além disso teve um probleminha particular e sofreu uma contusão no joelho que ainda o incomoda. Não rasgo dinheiro, podem ter certeza."
Estadão