Zé Maranhão virou um rei sem trono e experimenta na carne a rebeldia dos antigos serviçais. Deputados que antes batiam continência para o chefe e com ele comungavam em palavras, atos e omissões, hoje se atrevem a dizer na fuça dele que discordam do seu jeito de comandar o PMDB, assim, olho no olho, o atrevimento saltando das pupilas e atingindo a face do até então intocável mandatário.
O ex-governador Zé Maranhão passou três mandatos como chefe da Paraíba. Era rei e senhor, absoluto em tudo, no quero, mando e posso. Agora que não é mais rei, vê os antigos súditos dando uma de rebelde, cuspindo no prato que os alimentou, talvez querendo, com isso, agradar ao rei que está no trono para aderirem a ele, bajula-lo como fizeram ao ex e, mais tarde, cometerem a mesma indisciplina.
Os mais próximos de Zé garantem que ele está acostumado com os ingratos. Ao longo do seu reinado encontrou muitos. Cabras que se diziam maranhistas do primeiro ao quinto, que do seu Governo receberam tudo, engordaram as panças e as poupanças, no Estado empregaram a mulher, os filhos, os filhos da rapariga e as próprias raparigas, quando viram o barco afundando foram os primeiros a pular fora.
Teve nego que inventou até viagem ao exterior para não se comprometer com quem estava chegando. E fez pior: passou por baixo dos panos segredos da administração, pensando que o novo rei ia cair na onda de confiar no traíra, esquecendo talvez que o rei novo não gosta de cheleléu,de babão, de safado, de mentiroso, de enrolão, de trambiqueiro e de corrupto.
Quer saber o que Zé pensa dessa turma? Pergunta a ele. O velho Zé tem na ponta da língua o dossiê desses velhacos. E jura de mãos postas que nunca mais vai dar trela a esse povo.
Quando o ex foi ao Conexão Arapuan para uma entrevista a Luiz Torres, a Marcos Pires, a Carlos Roberto e ao Tião Bonitão que vos fala, vi quem estava lá com ele. Era pouca gente, somente os que realmente gostavam dele. Vi Rui Bezerra, vi Marcelo Weick e vi Sales Gaudêncio. Pouca gente, muito pouca, quase nada. Não vi aquele povinho que botou a mão no dinheiro de certa estatal (me falaram de alguém que embolsou 600 mil a título de adjutórios), não vi os que seguravam sua maleta nas viagens aéreas, não avistei aquela figura patética que ficava nos cóis de Zé para avisar, quando ele desse uma topada, “pode deixar, governador, que eu caio”, só vi os que mencionei aí em cima.
Claro que, se Zé for candidato a prefeito e despontar bem nas pesquisas, a fila diante da mansão do Altiplano voltará a crescer. Só não sei é se a vacina que jura ter tomado contra cheleléu vai fazer efeito.
Esperamos que faça.
Blog do Tião Lucena