2 de abr. de 2013

Serra Branca II: O CURIMATAÚ PRECISA DE VÁRIAS GRANDES BARRAGENS


Imagem da internet
Por Clodoaldo Melo

Registro o convite recebido da Câmara de Vereadores de minha terra, Pedra Lavrada, que juntamente com as Mesas Diretoras das Câmaras Municipais e as Prefeituras de Pedra Lavrada, Nova Palmeira, Cubati e São Vicente do Seridó para uma audiência pública para discutir ações conjuntas para reivindicar a construção de uma barragem na divisa dos Municípios de Pedra Lavrada e São Vicente do Seridó.

Esse sonho é antigo. O projeto é antigo. Mas, a esperança tornou-se nova nesse gesto novo de união das Casas Legislativas e Prefeituras envolvidas. É preciso somar forças nesse momento crucial onde o interesse nacional voltou-se para a promoção de uma Copa do Mundo e, onde gente e animais são jogados num caldeirão do inferno, à própria sorte. O Nordeste é parte de um cenário macabro onde os animais morrem de fome como só morreram na grande seca de 1877/79 e 1888/89. Nosso rebanho já foi reduzido a cinquenta por cento virando corpo seco no interior das propriedades rurais ou nas margens das estradas, pois os urubus, nossas aves de rapinas, não dão contas de os comerem.

Tive contato com duas grandes autoridades em Nordeste, em semiárido: Manelito Vilar, de Taperoá e, José Paz de Melo, pernambucano, radicado no Rio Grande do Norte. Esses dois conhecem o Nordeste e seus problemas, suas mazelas e seu potencial. Conhecem as cidades, os riachos, os rios, o solo e subsolo, sua gente e seus animais. Manelito eu tive a sorte de levá-lo em Pedra Lavrada, no Rancho Terra Quente, onde conheceu o sisal na alimentação animal e a vocação do Seridó/Curimataú para a fruticultura como a pinha, coqueiro, caju, graviola, goiaba, manga, ubaia e umbu.

José Paz de Melo eu não o trouxe ao Seridó/Curimataú. Mas, o encontrei em Parnamirim/RN, Festa do Boi de 2010, e durante dez dias caminhei com ele sobre a minha região. Ele falava do Rio Curimataú e das nascentes do Rio Seridó, do riacho Jacu e Poleiros, das encostas da Serra do Cuité como se lê na palma da mão, como se do Curimataú, fosse. Fortificou ainda mais em mim a visão de um Curimataú maior, mais abrangente nascendo nas margens do Seridó e se alastrando até Arara, Quisserengue; de Cacimba de Dentro até a BR 230 que divide o Curimataú do Cariri. Soledade, Olivedos Pocinhos, Areal , Algodão de Jandaíra, Cuité, Nova Floresta, Barra de Santa Rosa e Damião é Curimataú. O solo é o mesmo. O clima é igual. A vegetação é idêntica. A água do subsolo tem a mesma dureza e a mesma vazão. A fauna é única. A vegetação caatinga é a sua característica maior. O solo é plano e raso não concebendo grandes barragens. O Curimataú é todos esses Municípios e não merece outros apelidos. O mestre José Paz de Melo falou de um Curimataú desunido e que estava ficando para traz no contexto estadual e nordestino de desenvolvimento.

Quando reencontrar os dois, vou dizer-lhes: as coisas começam a mudar, pois nossos vereadores e prefeitos estão pensando diferente e estão unindo o poder público e o povo em prol do bem comum; estão discutindo e cobrando dos governos federal e estadual a construção da Barragem de Serra Branca II na divisa de Pedra Lavrada com São Vicente do Seridó. Se encontrarem o projeto já existente, peçam, exijam que o refaçam para localizar a parede a cerca de 1.000 metro abaixo de onde fala o antigo projeto. Lá se dobra a capacidade da barragem. Lá, teremos água para durar de cinco a sete anos de seca. Lá teremos água para irrigação. Sim para irrigação, pois sem água na terra não teremos melhoria de vida no semiárido e nem produção de carne e alimentos.

Qualquer mapa mostra o déficit de açudes e barragens no Curimataú.

Este feito de união de força acima de partidos e de pessoas é histórico e histórico deve ser a exigência de se pensar grande e exigir uma grande barragem no Oeste do Curimataú e outras que virão com esse magnífico exemplo, que mudarão as faces dos mapas que mostrarão essa região no futuro próximo.

vozdepedra.com