Nesta madrugada (1º) mais uma parte da quadrilha especializada em clonagem de cartões foi presa no bairro do Cabo Branco. São eles: Rafael Ramos da Silva, de 29 anos, Júlio César da Costa Figueiredo, de 33 anos e Gustavo Coelho Barroso, de 24 anos. Todos são do estado do Rio de Janeiro.
As prisões foram realizadas pelo Serviço de Inteligência do 4º Batalhão da Polícia Militar, no comando do Major Barros.
Eles foram presos, quando tentaram se passar por funcionários de uma empresa de manutenção em caixas eletrônicos. A polícia conseguiu identificá-los como integrantes de parte da quadrilha que clonava cartões de créditos na Paraíba. Foram atuados também como estelionato e assalto à mão armada.
Com os acusados a polícia apreendeu um carro que teria sido locado há vinte dias, mas nunca foi devolvido. O veículo estava sendo utilizado para facilitar os golpes. Ainda foram apreendidos diversos cartões clonados, máquinas conhecidas como “chupa-cabras”, notebooks, relógios e celulares.
A quadrilha agia na Paraíba há muito tempo e o valor dos golpes pode ultrapassar a marca dos R$ 3 milhões.
Eles foram presos em uma pousada de luxo no bairro do Cabo Branco e com o trio a polícia encontrou várias roupas de marcas caríssimas. Os bandidos foram encaminhados para 10º Delegacia Distrital, em Tambaú.
A equipe do Portal Correio descobriu que há quase três anos, o carioca Rafael Ramos da Silva já havia sido preso no Rio de Janeiro, em 08 de Outubro de 2008, acusado de clonar cartões. Na época era apontado como chefe do bando. Ele teria sido preso em um apartamento de luxo em Ipanema. Foram presos ainda nessa operação mais 13 suspeitos de clonar cartões de créditos e todos eram jovens universitários de classe média alta.
Em apenas um ano e meio, o grupo preso durante a Operação Playboy roubou mais de R$ 3 milhões de centenas de vítimas, em pelo menos quatro Estados já identificados (Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas). Esse valor daria para construir 200 casas populares (cada uma no valor de R$ 15 mil) para paraibanos que moram em área de risco da Capital.
Segundo o delegado do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (GOE), Jean Francisco Bezerra Nunes, o número de vítimas do grupo e o valor roubado podem ser muito maiores.
“O que chamou a atenção foi a forma diferenciada como o grupo clonava os cartões e esbanjava o dinheiro roubado. As denúncias que tivemos é que acendiam cigarro com notas de R$ 50. Estamos investigando se também havia drogas, como maconha e cocaína. O soldado Siqueira, um dos chefes, comprou um veículo Golf, à vista, por R$ 38 mil”, observou o delegado do GOE. Ele disse que a maior parte da gang é formada por jovens de classe média alta, que querem ter uma vida de playboys, de alto luxo. Disse o delegado.
“Um dos chefes, Felipe Britto Germoglio, é filho de uma médica da Paraíba. Ele começou a pesquisar na Internet como funcionavam esses esquemas e como não queria trabalhar para ninguém, passou a arregimentar pessoas e formou o seu próprio grupo”, revelou o delegado Jean Francisco Nunes.
Sites de bate papo
Foi no mundo virtual dos sites de bate papo e relacionamento que o “grupo dos Playboys” se conheceu. De acordo com o delegado do GOE, Jean Francisco, o jovem Felipe Germoglio começou a comprar pela Internet máquinas sofisticadas de gravar cartões e programas específicos para copiar dados dos cartões das vítimas.
“Em comunidades virtuais de sites como o ‘mirc’, eles conseguiram dados dos cartões que seriam clonados. Só em janeiro passado, Felipe comprou o ‘cadastro’ de 70 pessoas. Cada vítima custa, em média, R$ 100, mas ele negociou por R$ 50 cada. Ele não revelou mais detalhes de quem forneceu a lista de vítimas”, contou o delegado.
Por R$ 20 mil, o grupo conseguiu comprar na Internet um programa que faz a transferência de dados de um cartão para o outro. “O grupo pegava um cartão de um dos integrantes – geralmente o Hiper – e clonava o limite de crédito da vítima. A organização chegou a comprar no cartão até um jet sky, no valor de R$ 35 mil”, explicou Jean Francisco, acrescentando que cada integrante tem uma tarefa específica no grupo.
PORTAL CORREIO