3 de set. de 2011

Flagra de venda de drogas no Recife Antigo (PE)


Traficantes vendem vários tipos de entorpecentes, assaltam usuários e incentivam o consumo do crack, droga que vicia mais rapidamente.


Durante um mês, uma equipe do Jornal Nacional acompanhou a venda de drogas em um ponto turístico da capital de Pernambuco: o Recife Antigo. Na rua, traficantes vendem vários tipos de entorpecentes, assaltam os usuários e incentivam o consumo do crack, a droga que vicia mais rapidamente. Os flagrantes estão na reportagem de Beatriz Castro e Edison Silva.
Na Rua da Moeda, no bairro histórico e turístico do Recife, o consumo e o tráfico de drogas são feitos abertamente, sem nenhum receio. O cigarro de maconha passa de mão em mão. Um traficante enche as latinhas com uma substância de fabricação artesanal com efeito alucinógeno, chamada de loló. Um rapaz inala a substância ali mesmo.

O consumo acontece na mesa dos bares, dentro dos carros, no meio da rua. Outro traficante confere o lucro e entrega o dinheiro para uma mulher, que atua como uma espécie de caixa. Uma pedra de crack custa R$ 10.

Neste comércio escancarado da droga o que chamou mais a atenção da nossa equipe de reportagem foi a insistência com que os traficantes tentam vender o crack, a droga que vicia mais rapidamente e que causa os efeitos mais devastadores aos dependentes. Os traficantes oferecem o crak como se a rua fosse uma feira livre.

Alguns traficantes se passam como guardadores de carros. Um deles oferece crack ao cinegrafista da equipe. Poucos minutos depois, o traficante surge com a pedra de crack.

Os traficantes também assaltam os consumidores. Um casal se aproxima para comprar droga, a mulher abre a carteira, mas o rapaz é imobilizado com uma faca no pescoço. Os traficantes retiram o dinheiro da carteira e depois a devolvem.

Outro rapaz também é assaltado. Uma vítima reage ao assalto e o bando se junta para um ataque covarde. Eles jogam cadeiras e garrafas.

Um dono de bar, há mais de 30 anos no bairro, tem socorrido muitas vítimas. “Já cuidei de muita gente com gelo, com água gelada, coisa para estancar o sangramento, hematomas e estas coisas”, conta.

Os policiais passam, mas eles continuam no local. Retornam para a venda de drogas assim que o carro se afasta e nem se incomodam com as câmeras de segurança instaladas na rua pela Secretaria de Defesa Social do Estado.

“O que está acontecendo aqui talvez seja um número insuficiente de câmeras nessa área, mas já tem uma ação do governo, um projeto do governo, de adquirir mais câmeras de monitoramento. A gente vai fechar toda a área do Recife Antigo e, com certeza, vai dar uma maior otimização no policiamento como também na prisão desses elementos que estão 
praticando esse tipo de crime”, afirma o comandante do policiamento da capital, Paulo Cabral.

Do G1