21 de set. de 2011

A LIGA:Programa denuncia a situação das crianças que vivem na Penitenciária Feminina de Patos

Diretor tentou impedir a entrada da equipe do programa A Liga na penitenciária
 Na noite desta terça-feira, 20, o programa A Liga, exibido pela Band, teve como tema ‘Infância Difícil’. Os quatro apresentadores estiveram nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Paraíba mostrando a situação de milhares de crianças brasileiras, que perderam o direito de viver a infância por inúmeros motivos.
Na apresentação do programa foi feito um resumo do programa e destacado pontos das três cidades. O Rio de Janeiro recebeu destaque por ter mais criança nas ruas, sendo um total de 5 mil expostas às drogas e a violência. Em Pernambuco, nos últimos dez anos, foram confirmados casos de exploração sexual infantil em 63 cidades, e em Recife, uma em cada três garotas de programa é menor de idade. Na Paraíba, foi colocado em questão a situação das crianças que moram na Penitenciária Feminina de Patos, “que vivem os seus primeiros meses de vida em condições desumanas: dormindo no chão, mamando perto da urina de outros presos, e tudo isso por cortesia do Estado”.

A equipe do programa A Liga teve dificuldades em entrar na penitenciária, pois os funcionários, mesmo com a repórter apresentando autorização da juíza de execuções penais Hygina Bezerra. Apesar da equipe ter entrado em contato com o diretor da unidade anteriormente, a entrada não foi permitida. Segundo uma funcionária do presídio, era necessário esperar a chegada do diretor para que eles pudessem realizar a filmagem.
Para ter acesso ao local, a produção do programa teve de entrar em contato com a juíza, que foi ao presídio e exigiu a abertura das dependências da unidade para a equipe.
Ao entrar na unidade, foram contatadas inúmeras irregularidades, entre elas as condições das celas que apresentavam pontos de umidade e mofo, colchões sujos e cozinhas improvisadas em locais inapropriados. As detentas revelaram que a penitenciária não disponibilizava o leite para as crianças, apenas quando recebiam doações. No Brasil, para as mães, é permitida a permanência com os filhos até os seis meses, em seguida as crianças são entregues para a família ou para a adoção.
Ainda no programa, o defensor dos direitos humanos, Arquimedes Faustino, revelou que como não existe um local apropriado para as crianças ficarem, o Estado deveria liberar essas mães no regime de habeas corpus para que as crianças fossem amamentas em um local mais apropriado. Segundo ele, é obrigação do Estado oferecer um berçário adequado, alimentação de qualidade para as mães e para as crianças e destinar uma verba exclusiva para isso.
Resposta do Governo
A redação do WSCOM Online entrou em contato com a assessoria de imprensa da Administração Penitenciária do Estado, Patrícia Gouveia, que informou a data que foi feita a gravação, há dois meses atrás.
A assessora revelou que há vinte dias foi inaugurado o berçário na Penitenciária Feminina de Patos, mas as imagens registradas do local não são de boa qualidade, e que a imprensa não acompanhou a inauguração.
Sobre a postura do diretor da unidade, que proibiu a entrada da equipe do program, mesmo com a autorização da juíza por escrito, Patrícia Gouveia disse que nenhuma medida foi tomada contra ele.
Veja o programa na íntegra:


wscom