29 de mar. de 2011

Cássio "puxa a orelha" de Santiago e o aconselha a saber perder




O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) participou ontem à noite do programa Conexão Master, da TV Master, de João Pessoa, e mandou um recado ao também senador Wilson Santiago (PMDB), em cuja vaga deve ser empossado em breve, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Lei da Ficha Limpa não tem aplicação às eleições do ano passado. O tucano disse que "na política é preciso saber ganhar e saber perder", numa referência direta ao recurso que os advogados de Santiago pretendem impetrar para evitar a saída dele do Senado.

- Pela via judicial, Wilson Santiago temporariamente conseguiu um mandato que ele não obteve nas urnas. Ele foi derrotado. Não há nenhum demérito. Houve uma decisão da Suprema Côrte onde não há recurso. Ele vai recorrer a quem? Podem existir manobras que são meramente procrastinatórias. Hoje, Wilson tem um mandato ilegítimo. A decisão foi do STF. Se fosse uma sentença de primeiro ou segundo grau, seria natural que ele não se conformasse e quisesse recorrer. No STF, não. Ele tem a última palavra. Qualquer manobra que seja feita para encontrar mecanismos regimentais, legais para retardar a eficácia dessa decisão não vai soar bem porque um homem público que não sabe acatar a decisão do povo, dá a impressão que vai se agarrar na cadeira e dizer "daqui eu não saio". Mas a cadeira não pertence a Cássio nem a Santiago, mas ao povo da Paraíba.

Em outro momento da entrevista, Cássio voltou a dizer que não há previsão de o filho, Diogo, concorrer à prefeitura de Campina Grande em 2012, mas confirmou que ele deve se filiar ainda este ano ao PSDB.

- Eu já disse que não existe plano para ele disputar a eleição, mas por mais que eu diga, as pessoas não acreditam. Ele deve se filiar ao PSDB até outubro para que esteja habilitado, mas a decisão sobre 2012, será tomada em 2012. Mas, ele só deve disputar se ele quiser muito. Há vários quadros em nosso partido que podem concorrer. Romero Rodrigues é um candidato natural.

O tucano também disse que se preocuparia, no caso de uma eventual candidatura do filho, com a repercussão que seu ingresso na vida pública poderia ter. Ele lembrou seu sofrimento ao ter o mandato cassado e depois a batalha jurídica para assumir o Senado como exemplos de angústia causada pela política.

BLOG DO TIAO LUCENA