24 de março de 2011.
Há exatamente um ano, os habitantes de Pedra Lavrada presenciavam um fato que marcou a nossa história: o manifesto popular em prol da reconstrução do prédio da Escola Estadual Professor Francisco Ferreira, onde também funciona a Escola de Ensino Médio Graciliano Fontini Lordão.
Foi uma excelente oportunidade para muitas pessoas descobrirem de fato as “bem” intencionadas atitudes de “nossos” representantes.
Organizado por um grupo de alunos do ensino médio, sem precisar de “forças ocultas”, o movimento recebeu o apoio da maioria da população que entendeu a causa e abraçou-a, por ver no manifesto a vontade de um povo que resolveu agir, pois cansou de esperar soluções por parte dos políticos.
Claro que isso incomodou, e muito, aos poderosos da cidade, uma vez que estes desconheciam a determinação e perseverança de nossos jovens, que deram uma verdadeira aula de cidadania. Apesar da pouca idade, mostraram que tinham poder de decisão e não se intimidaram com as ameaças daqueles que achavam que podiam manipular a consciência dos participantes do manifesto.
Embora tenham sido confundidos com “vagabundos” e “desocupados”, os manifestantes, com ética e diplomacia, conduziram o protesto de forma pacífica, organizada e dentro da mais perfeita ordem. Basta ser que não queimaram um só pneu, como é comum em manifestações populares.
E para quem achar que estou sendo redundante, não se preocupe, a minha intenção é mesmo essa. Porque um manifesto tão bem organizado e bem sucedido, com objetivos atingidos, não dá para esquecer nunca, ainda mais sabendo que o povo foi tão mal interpretado por “seus representantes”, os quais demonstraram (des)conhecer um pouquinho o que é viver numa democracia.
Se hoje o prédio da Escola Francisco Ferreira está reconstruído (e belíssimo por sinal), devemos agradecer àqueles que passaram o dia sob o sol muito quente e a noite ao relento e foram, literalmente, chamados de vagabundos e desocupados por quem sentiu sua imagem arranhada com o protesto. E isso também não é para ser esquecido.
Daqui a um ano, novamente, estarei relembrando desses acontecimentos que jamais serão esquecidos por quem viu em ruínas, devido ao descaso, o prédio histórico de uma escola tão importante e necessária aos olhos de quem tem consciência do valor e da necessidade dessa escola. A minha história profissional começou lá.
Parabéns a essa gente batalhadora!
Romana Lúcia Meira Sampaio