Por Gilvan Freire
Victor Caruso não entendia porque quase todas as nações têm o Ministério da Guerra e nenhuma tem o Ministério da Paz. Isso serve para se compreender porque embora a paz seja um objetivo tão almejado, o mundo todo se preocupa mais com a guerra.
Entre os homens (por favor, inclua aí também as mulheres), paz é o que cada pessoa deseja para si própria e, só eventualmente, para as outras, conforme enciclopédia a Wikipédia.
Paz pode ser o que a gente tem mas não dar, deseja mas não tem, toma mas não devolve, prega mas não pratica, sente mas não revela, ou simplesmente revela mas não sente. É como o amor, exaltado até pelos que nasceram sem o dom de amar.
‘A Paz do Senhor’ – é assim que se saúdam os evangélicos. Os católicos dizem: – ‘Paz em Cristo’. Muitos, por temor a Deus, professam a paz que não dão ou a que não tem. Porque essa paz professada ainda não é a dos homens, mas a de Deus.
Cássio Cunha Lima cunhou uma expressão emblemática para saudar seus eleitores: – ‘Beijo para quem for beijo, abraço para quem for abraço, PAZ e BEM’. Dito isso no rádio ou na televisão, a mensagem não comove seus adversários, que não querem os beijos e nem os abraços dele.
Já PAZ e BEM, embora todos almejem, nem todos querem, se for desejada por Cássio. É porque o “paz e bem” de Cássio não é da religião católica ou da religião evangélica. É de uma seita exótica chamada política, governada por um dos quatro gigantes da alma: a ira. A paz não floresce onde há ira e ódio.
Cássio já venceu todos os seus adversários políticos. Nunca perdeu uma só eleição. Mas nunca teve a paz e bem que deseja aos outros. Terá de plantar no coração dos inimigos, fora das disputas, aquele PAZ e BEM que reina no espírito de seus aliados. Mas isso não é missão de Senador. É missão de monge.
No índex da paz há um tipo esquisito catalogado – ‘PAZ PELA FORÇA’, que acontece quando um indivíduo ou Estado fica tão fortalecido em seus poderes que ninguém se sente encorajado a desafiá-lo. Pode ser o caso.
