Em oito anos, cultura cresceu 21% e avança sobre áreas de domínio de criação caprina
Há alguns anos atrás nos cardápios de grandes restaurantes era difícil encontrar um prato que tivesse como base as carnes ovinas e caprinas. Com a saída dos produtos das trincheiras nordestinas, hoje, é difícil freqüentar um estabelecimento que não oferte o prato. O gosto pela carne dos dois animais conquistou os paladares mais refinados, principalmente das receitas feitas com a carne ovina.
O resultado disso, no campo, é o crescimento marcante em todo o território do Nordeste dos rebanhos de ovinos destinados principalmente para o abate e comercialização da carne. Hoje na Região são 9,3 milhões de ovelhas e no Brasil 16 milhões de cabeças que se distribuem entre a cultura do Sul, principalmente focada na lã, e do Nordeste, com o leite e a carne. Dos Estados do Nordeste Somente Paraíba, Maranhão e Pernambuco ainda contam com maior número de cabeças caprinas.
Na Paraíba, segundo dados do IBGE, em oito anos a cultura teve um salto de 21%, em detrimento a uma evolução de 18% do rebanho caprino. O Estado tem uma representatividade de 4% do total do rebanho nordestino. São mais de 400 mil cabeças de ovinos concentrados principalmente na Região da Borborema e Sertão paraibano. As duas Regiões onde foi mais impactante o crescimento da cultura nestes últimos anos foram a Mata Paraibana (70%) e o Sertão (18%).
Com o avanço da cultura, mesmo ainda nos mantendo com a predominância da criação de caprinos, vale discutir sobre a possibilidade da atividade conseguir estagnar e sobressair a cultura de bodes e cabras, criando um desequilíbrio no mercado, e uma mudança cultural, já que o animal é tão característico da Região.
Para o coordenador do Projeto Aprisco Nordeste, desenvolvido pelo Sebrae, Luiz Alberto Amorim, as duas culturas são distintas e não competem no mesmo segmento e por isso não existe grande problemas em conviverem juntas. “A caprinocultura tem sua grande aptidão na produção leiteira e de derivados. A carne ovina é mais aceita pelo contexto do mercado brasileiro e internacional por ser mais saborosa, já que o teor de gordura é maior que a caprina serve para pratos grelhados e cortes especiais. Fora isso ainda tem o imaginário que a carne caprina tem cheiro ruim, é dura, menos nobre”, comentou.
Sebrae- PB