13 de mai. de 2011

"Oxi" já é vendido em João Pessoa


A droga oxi já chegou aos bairros de Mandacaru e Mangabeira, em João Pessoa, e a polícia sofre dificuldades para reconhecer a droga, devido a forte semelhança do alucinógeno com o crack. “Oficialmente ainda não houve apreensões, no entanto nos trabalhos que desenvolvemos em Mandacaru e Mangabeira já ouvimos relatos de pessoas que utilizaram o oxi”, revelou o agente especial da Polícia Federal (PF), o advogado e psicólogo, Deusimar Guedes. Uma pedra da droga custa R$ 2 e além da Paraíba, já está se popularizando no Maranhão, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

O oxi ou oxidado é uma mistura de pasta-base de cocaína, querosene, ácido sulfúrico e cal virgem, que é mais devastadora do que o temível crack. A confecção do crack acrescenta bicarbonato de sódio, acetona e amoníaco a essa mistura, que passa ainda por estufas, onde as substâncias voláteis evaporam.

“Essa é a diferença que causa o oxi mais nocivo, sua grande quantidade de oxidantes, é daí que vem o nome”, destacou Deusimar Guedes. Por causa da composição mais “suja”, formada por elementos químicos agressivos, ela afeta o organismo mais rapidamente.

Ao menos duas característias da droga ajudam a explicar por que ela se espalha pelo país. A primeira é seu potencial alucinógeno. Assim como o crack, o oxi pode estimular em um usuário o dobro da euforia provocada pela cocaína. A segunda razão é seu preço.

Enquanto uma pedra de crack custa R$10, uma de oxi vale apenas R$ 2. A fórmula da droga varia de acordo com receitas caseiras de usuários. É possível, por exemplo, encontrar a presença de ingredientes como cimento, acetona, ácido sulfúrico, amônia e soda cáustica, soluções de bateria e até pó de cerâmica. A maioria dos itens pode ser facilmente encontrada em lojas de material de construção.

Isso amplia os riscos à saúde e dificulta o tratamento. “O paraibano pode comprar a pasta-base, acrescentar os outros materiais para fabricar o oxi ou realizar mais adições e o processamento da mistura para chegar ao crack”, explicou Deusimar Guedes. Segundo o agente, 90% da coca, consumida no Brasil é proveniente da Bolívia para ser consumida como cocaína, oxi ou crack. Segundo o agente, o Sindicato da PF realiza um programa de prevenção às drogas, do qual é coordenador. O slogan do trabalho é “Drogas, problema meu e seu”, que atinge comunidades, escolas e igrejas em João Pessoa.

Fonte:  Jornal Correio