15 de set. de 2011

Inauguração da Casa de Cidadania das Mulheres reúne parceiros e comunidade em dia de festa


Inauguração da placa do Centro de Cidadania da Mulher | Foto: Patrícia Ribeiro

Cerca de 70 pessoas na comunidade Canoa de Dentro, neste último sábado (03), participaram da inauguração do 1º Centro de Cidadania da Mulher do município Pedra Lavrada, no Cariri paraibano.

A casa servirá como um espaço de organização do grupo Mulheres Filhas da Terra, um local para desenvolverem suas atividades, reuniões, encontros e principalmente será o espaço para o beneficiamento de frutas e comercialização, atividade que tem garantido o sustento financeiro de suas famílias e consequentemente uma melhor qualidade de vida para toda a comunidade.


Na ocasião, o grupo Mulheres Filhas da Terra relembrou um pouco de sua história. As dificuldades que a comunidade passava e o processo de organização das mulheres para o beneficiamento das frutas nativas. Também relembraram as alegrias, viagens e conquistas que resultaram na aquisição da casa.

“Nosso principal objetivo com essa casa é trazer benefícios não só pra gente do grupo, mas pra todas as mulheres da comunidade, para que todas tenha consciência que o lugar de mulher não é só em casa, todas as mulheres tem o direito de ter seus ideais”, afirmou Maria Betânia Buriti, tesoureira do grupo.

Além das entidades organizadoras e apoiadoras do trabalho do grupo - Coletivo Regional, PATAC e Petrobras, através do Programa Desenvolvimento e Cidadania - estavam presentes no evento diversas entidades e organizações, como associações comunitárias, ASPTA, STR (Sindicato dos Trabalhadores Rurais), Marcha Mundial de Mulheres, Centro da Mulher 8 de Março.

A placa de identificação da casa estava coberta com um tecido lilás, no momento que cortaram a fita que prendia o tecido, as Mulheres Filhas da Terra lembraram de duas pessoas da comunidade importantes para o grupo: Urbano, um dos primeiros incentivadores do trabalho da comunidade (conhecido como irmão Urbano), e Dona Socorro (ou como as mulheres a chamam: professora Socorro) agricultora que transmitiu muitos de seus conhecimentos sobre a produção de doces e compotas.

Na entrada da casa, um painel confeccionado com fuxico em tons lilás dava as “boas vindas” aos visitantes. Numa prateleira no canto da sala de entrada estavam expostos vários doces, sucos, licores, decorados com estopa e fuxico, junto com as frutas e flores, demonstravam o carinho e delicadeza das mulheres que transbordavam felicidade nos sorrisos largos e sinceros.

Após a visita, todos os presentes se dirigiram para casa de seu Chico, principal liderança da comunidade, para se deliciar com um saboroso e saudável almoço. No cardápio, comidas regionais: bode, favada (sic), feijoada, galinha de capoeira, buchada de bode eram os principais pratos, várias pessoas elogiavam a comida ao mesmo tempo em que repetiam a refeição.

Por fim, Rosimere Santos, secretária da Associação Comunitária de Canoa de Dentro e participante do grupo Mulheres Filhas da Terra comenta sobre o trabalho desenvolvido: “A gente participou recentemente da Marcha das Margaridas em Brasília, participamos de vários intercâmbios em outras comunidades, outros estados e também já recebemos visita de várias pessoas de outros estados e outros países, como Argentina, isso tudo é sinal de que nosso trabalho é importante. A gente sabe que caminhou muito e tem muito a caminhar e a gente só termina quando todas as mulheres forem livres, que nem dizem, né assim?”.